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segunda-feira, 22 de junho de 2009

INTERNACIONAL - A BOMBA RELÓGIO CHAMADA IRÃ - V



A Guarda Revolucionária do Irã, elite militar do regime, ameaçou nesta segunda-feira (22), "esmagar" novos protestos no país. Declaração publicada no website da Guarda disse que a força paramilitar, não exitará em entrar em confronto no caso de realização de comícios "ilegais" organizados por apoiadores do candidato reformista oficialmente derrotado Hossein Mousavi.

"A Guarda vai enfrentar firmemente, de forma revolucionária, desordeiros e aqueles que violam a lei" afirmam as autoridades policiais na declaração.

Desde o anúncio do resultado das eleições presidenciais, em 13 de junho, explodiram na capital iraniana, Teerã, tumultos e protestos rua. Mousavi tinha renovado convocado seus apoiadores para a realização de novos protestos e manifestações ontem (21).


O governo atribui os protestos a "terroristas" influenciados pelo Ocidente e disse que irá lutar para coibir qualquer ação violenta.


PARA ENTENDER O IRÃ


A Guarda Revolucionária - É uma força armada paralela ao exército concebida para proteger a revolução contra um possível golpe. A Guarda também advertiu os países ocidentais contra o apoio à "desordeiros".


Durante o fim de semana, confrontos entre a polícia e manifestantes antigoverno deixou pelo menos 12 pessoas mortas e mais de 100 feridos elevando para 19 o número de mortes desde o início das manifestações pró-Mousavi.

Tiroteio foi ouvido em Teerã durante a noite de domingo (21), embora a televisão estatal relate que a cidade está em calma nesta segunda-feira (22). A rádio estatal iraniana informou que mais de 450 pessoas tinham sido detidas durante os comícios do sábado, principalmente em torno da praça Azadi, em Teerã.


Quarenta policiais também foram feridos, e 34 edifícios governamentais danificados, segundo relatos da agência de notícias Fars.

Apesar das mortes, detenções, e um pouco de advertência da parte do aiatolá Ali Khamenei, líder supremo do Irã, os manifestantes não recuam.


Alireza Zaker-Esfahani, um conselheiro do presidente oficialmente reeleito, Mahmoud Ahmadinejad, o presidente, criticou o reformista Mousavi por não tentar acalmar seus apoiadores. "O ponto fraco está no comportamento político de Hossein Mousavi", afirmou à Aljazeera.


Segundo o conselheiro, Mousavi insiste em convocar seus seguidores para realização de novos protestos. "Isso não vai resolver nenhum problema", disse.


Ele também defendeu que as forças de segurança tomem o controle da situação uma vez que a situação de segurança no país tem piorado e reivindicou a reavaliação, neste sentido, por parte do presidente e outros políticos. "As forças de segurança são os que devem estabelecer planos e executá-los, enquanto que Ahmadinejad, o seu Ministério do Interior e todas as outras forças políticas só podem entrar na cena se e quando a situação de segurança estiver sob controle. Ahmadinejad não pode fazer nada agora", disse Zaker-Esfahani.
Voting irregularities Voting irregularidades

Guardiães do conselho iraniano, o mais alto órgão legislativo do país, entretanto, reconheceram ter ocorrido algumas irregularidades durante as eleições. Abbas-Ali Kadkhodaei, um porta-voz do conselho, disse à emissora estatal IRIB que até três milhões de votos estão em análise, após, a constatação de que o número de votos excedeu o número de eleitores em 50 cidades.

Kadkhodaei disse que era normal uma discrepância. Justificou que as pessoas estão autorizadas a viajar para outras áreas de voto e que é cedo determinar se o montante de votos irregulares é decisivo para os resultados das eleições.


Ahmadinejad ganhou as eleições por uma larga margem, com 63% dos votos, de acordo com os dados do Ministério do Interior. Mousavi, de acordo com os números oficiais, recebeu apenas 34%dos votos. Ele e os seus apoiadores alegam fraude eleitoral e reivindicam a anulação do resultado.

Numa declaração publicada no website de Mousavi, o líder oposicionista disse que os iranianos têm o direito de protestar contra as "mentiras e fraudes", mas também exortou-os a mostrar cuidado nas manifestações.


"Para protestar contra a mentira, a fraude [a população] está no seu direito. Tenha esperança de que você irá obter o seu direito e não permitir que outras pessoas que querem provocar a sua raiva prevaleçam", disse o reformista.


O Governo iraniano impôs restrições severas ao trabalho dos jornalistas estrangeiros. Pelo menos 23 jornalistas foram detidos pelas autoridades até o momento, segundo a organização Repórteres sem Fronteiras, e uma correspondente BBC foi expulso do país.

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