Total de visualizações de página

sexta-feira, 11 de junho de 2010

Horta Vertical - Opção para pequenos espaços (REPUBLICAÇÃO)



Esta mensagem é para quem mora em apartamento. Parodiando o Casseta, se você que está nesta situação e não aguenta mais pagar alto preço nos supermercados para ter uma verdurinha orgânica em sua mesa SEUS PROBLEMAS ACABARAM. Muita gente já cultiva, em suas áreas ou até mesmo na cozinha, pequenas hortas verticais. Num espaço mínimo, se pode colher de tudo um pouco: alface, rúcula, folhas em geral, rabanete, cenoura, beterraba, pimenta, pimentão, etc, etc, etc. Aí vai a dica de como fazer.

MATERIAL:
1) Uma ou duas barras de cano PVC para tubulação de esgoto (aqueles brancos).
2) Um suporte vertical. Você pode usar direto na parede ou encomendar um de barra de ferro de construção - já com o apoio para as barras - a um serralheiro.

MODO DE FAZER:
1) Serre ao meio o cano PVC.
2) Faça pequenos furos no fundo de cada meia-barra. É por aí que a água regada sairá.
3) Defina o tamanho de cada barra de acordo com a disponibilidade de espaço.
4) Prenda os suportes verticais na parede ou defina um lugar para se colocar a "estante verde". O espaçamento vertical entre um suporte e outro deve ser de 25 a 30 cm.
5) O ideal é que uma meia-barra de PVC fique sobre a outra. Desta maneira, ao regar os canteirinhos, de cima para baixo, você vai gastar menos água e aproveitar a adubação. Contribua para reduzir o consumo de água.
6) Utilize como adubo, de preferência, humus de minhoca misturado com um pouco de terra vermelha. Encha as barras ao máximo.
7) Agora, pode comprar as sementinhas e divirta-se. Importante, mantenha sempre a terra afofada. Brincar com horta é terapêutico neste mundo estressante.

Recomendo a utilização de uma das barras para o cultivo de plantas medicinais e temperos, como manjericão, hortelã, alecrim, etc. Outra opção, é usar um vazo grande para cultivar estas ervas.

Abraço a todos.

Ecologia Integral (REPUBLICAÇÃO)


POR LEONARDO BOFF

Ecologia integral

Por fim, a quarta - a ecologia integral - parte de uma nova visão da Terra. É a visão inaugurada pelos astronautas a partir dos anos 60 quando se lançaram os primeiros foguetes tripulados. Eles vêem a Terra de fora da Terra. De lá, de sua nave espacial ou da Lua, como testemunharam vários deles, a Terra aparece como resplandecente planeta azul e branco que cabe na palma da mão e que pode ser escondido pelo polegar humano.

Daquela perspectiva, Terra e seres humanos emergem como uma única entidade. O ser humano é a própria Terra enquanto sente, pensa, ama, chora e venera. A Terra emerge como o terceiro planeta de um Sol que é apenas um entre 100 bilhões de outros de nossa galáxia, que, por sua vez, é uma entre 100 bilhões de outras do universo, universo que, possivelmente, é apenas um entre outros milhões paralelos e diversos do nosso. E tudo caminhou com tal calibragem que permitiu a nossa existência aqui e agora. Caso contrário não estaríamos aqui. Os cosmólogos, vindos da astrofísica, da física quântica, da biologia molecular, numa palavra, das ciências da Terra, nos advertem que o inteiro universo se encontra em cosmogênese. Isto significa: ele está em gênese, se constituindo e nascendo, formando um sistema aberto, sempre capaz de novas aquisições e novas expressões. Portanto ninguém está pronto. Por isso, temos que ter paciência com o processo global, uns com os outros e também conosco mesmo, pois nós, humanos, estamos igualmente em processo de antropogênese, de constituição e de nascimento.

Três grandes emergências ocorrem na cosmogênese e antropogênese: (1) a complexidade/diferenciação, (2) a auto-organização/consciência e (3) a religação/relação de tudo com tudo. A partir de seu primeiro momento, após o Big-Bang, a evolução está criando mais e mais seres diferentes e complexos (1). Quanto mais complexos mais se auto-organizam, mais mostram interioridade e possuem mais e mais níveis de consciência (2) até chegaram à consciência reflexa no ser humano. O universo, pois, como um todo possui uma profundidade espiritual. Para estar no ser humano, o espírito estava antes no universo. Agora ele emerge em nós na forma da consciência reflexa e da amorização. E, quanto mais complexo e consciente, mais se relaciona e se religa (3) com todas as coisas, fazendo com que o universo seja realmente uni-verso, uma totalidade orgânica, dinâmica, diversa, tensa e harmônica, um cosmos e não um caos.

As quatro interações existentes, a gravitacional, a eletromagnética e a nuclear fraca e forte, constituem os princípios diretores do universo, de todos os seres, também dos seres humanos. A galáxia mais distante se encontra sob a ação destas quatro energias primordiais, bem como a formiga que caminha sobre minha mesa e os neurônios do cérebro humano com os quais faço estas reflexões. Tudo se mantém religado num equilíbrio dinâmico, aberto, passando pelo caos que é sempre generativo, pois propicia um novo equilíbrio mais alto e complexo, desembocando numa ordem, rica de novas potencialidades.

Ecologia Mental (REPUBLICAÇÃO)


POR LEONARDO BOFF

Ecologia mental

A terceira, a ecologia mental, chamada também de ecologia profunda, sustenta que as causas do déficit da Terra não se encontram apenas no tipo de sociedade que atualmente temos. Mas também no tipo de mentalidade que vigora, cujas raízes alcançam épocas anteriores à nossa história moderna, incluindo a profundidade da vida psíquica humana consciente e inconsciente, pessoal e arquetípica.

Há em nós instintos de violência, vontade de dominação, arquétipos sombrios que nos afastam da benevolência em relação à vida e à natureza. Aí dentro da mente humana se iniciam os mecanismos que nos levam a uma guerra contra a Terra. Eles se expressam por uma categoria: a nossa cultura antropocêntrica. O antropocentrismo considera o ser humano rei/rainha do universo. Pensa que os demais seres só têm sentido quando ordenados ao ser humano; eles estão aí disponíveis ao seu bel-prazer. Esta estrutura quebra com a lei mais universal do universo: a solidariedade cósmica. Todos os seres são interdependentes e vivem dentro de uma teia intrincadíssima de relações. Todos são importantes.

Não há isso de alguém ser rei/rainha e considerar-se independente sem precisar dos demais. A moderna cosmologia nos ensina que tudo tem a ver com tudo em todos os momentos e em todas as circunstâncias. O ser humano esquece esta realidade. Afasta-se e se coloca sobre as coisas em vez de sentir-se junto e com elas, numa imensa comunidade planetária e cósmica. Importa recuperarmos atitudes de respeito e veneração para com a Terra.

Isso somente se consegue se antes for resgatada a dimensão do feminino no homem e na mulher. Pelo feminino o ser humano se abre ao cuidado, se sensibiliza pela profundidade misteriosa da vida e recupera sua capacidade de maravilhamento. O feminino ajuda a resgatar a dimensão do sagrado. O sagrado impõe sempre limites à manipulação do mundo, pois ele dá origem à veneração e ao respeito, fundamentais para a salvaguarda da Terra. Cria a capacidade de re-ligar todas as coisas à sua fonte criadora que é o Criador e o Ordenador do universo. Desta capacidade re-ligadora nascem todas as religiões. Precisamos hoje revitalizar as religiões para que cumpram sua função religadora.

Ecologia Social (REPUBLICAÇÃO)


POR LEONARDO BOFF

Ecologia social

A segunda _a ecologia social_ não quer apenas o meio ambiente. Quer o ambiente inteiro. Insere o ser humano e a sociedade dentro da natureza. Preocupa-se não apenas com o embelezamento da cidade, com melhores avenidas, com praças ou praias mais atrativas. Mas prioriza o saneamento básico, uma boa rede escolar e um serviço de saúde decente. A injustiça social significa uma violência contra o ser mais complexo e singular da criação que é o ser humano, homem e mulher. Ele é parte e parcela da natureza.

A ecologia social propugna por um desenvolvimento sustentável. É aquele em que se atende às carências básicas dos seres humanos hoje sem sacrificar o capital natural da Terra e se considera também as necessidades das gerações futuras que têm direito à sua satisfação e de herdarem uma Terra habitável com relações humanas minimamente justas.

Mas o tipo de sociedade construída nos últimos 400 anos impede que se realize um desenvolvimento sustentável. É energívora, montou um modelo de desenvolvimento que pratica sistematicamente a pilhagem dos recursos da Terra e explora a força de trabalho.

No imaginário dos pais fundadores da sociedade moderna, o desenvolvimento se movia dentro de dois infinitos: o infinito dos recursos naturais e o infinito do desenvolvimento rumo ao futuro. Esta pressuposição se revelou ilusória. Os recursos não são infinitos. A maioria está se acabando, principalmente a água potável e os combustíveis fósseis. E o tipo de desenvolvimento linear e crescente para o futuro não é universalizável. Não é, portanto, infinito. Se as famílias chinesas quisessem ter os automóveis que as famílias americanas têm, a China viraria um imenso estacionamento. Não haveria combustível suficiente e ninguém se moveria.

Carecemos de uma sociedade sustentável que encontra para si o desenvolvimento viável para as necessidades de todos. O bem-estar não pode ser apenas social, mas tem de ser também sociocósmico. Ele tem que atender aos demais seres da natureza, como as águas, as plantas, os animais, os microorganismo, pois todos juntos constituem a comunidade planetária, na qual estamos inseridos, e sem os quais nós mesmos não viveríamos.

Ecologia Ambiental (REPUBLICAÇÃO)


POR LEONARDO BOFF

Ecologia ambiental

Esta primeira vertente se preocupa com o meio ambiente, para que não sofra excessiva desfiguração, com qualidade de vida e com a preservação das espécies em extinção. Ela vê a natureza fora do ser humano e da sociedade. Procura tecnologias novas, menos poluentes, privilegiando soluções técnicas. Ela é importante porque procura corrigir os excessos da voracidade do projeto industrialista mundial, que implica sempre custos ecológicos altos.

Se não cuidarmos do planeta como um todo, podemos submetê-lo a graves riscos de destruição de partes da biosfera e, no seu termo, inviabilizar a própria vida no planeta.

Só para relaxar...

MONTE CASTELO
Autor e compositor: RENATO RUSSO

Ainda que eu falasse a língua dos homens.
E falasse a língua dos anjos, sem amor eu nada seria.

É só o amor, é só o amor.
Que conhece o que é verdade.
O amor é bom, não quer o mal.
Não sente inveja ou se envaidece.

O amor é o fogo que arde sem se ver.
É ferida que dói e não se sente.
É um contentamento descontente.
É dor que desatina sem doer.

Ainda que eu falasse a língua dos homens.
E falasse a língua dos anjos, sem amor eu nada seria.

É um não querer mais que bem querer.
É solitário andar por entre a gente.
É um não contentar-se de contente.
É cuidar que se ganha em se perder.

É um estar-se preso por vontade.
É servir a quem vence, o vencedor;
É um ter com quem nos mata a lealdade.
Tão contrário a si é o mesmo amor.

Estou acordado e todos dormem todos dormem todos dormem.
Agora vejo em parte. Mas então veremos face a face.

É só o amor, é só o amor.
Que conhece o que é verdade.

Ainda que eu falasse a língua dos homens.
E falasse a língua do anjos, sem amor eu nada seria.

quinta-feira, 10 de junho de 2010

A prática do "compartilhar"


Foto: Shutterstock

Compartilhar. São doze letrinhas que, juntas, apresentam uma linda sonoridade. Palavrinha frequentemente pronunciada em mesas de bar, debates estudantis, nas “Duas Torres” da Esplanada dos Ministérios – xiii, como se ouve -, em pregações religiosas. Enfim, nos mais diferentes e prováveis lugares.

Ah Deus, se a cada pronúncia um gesto, apenas um gesto de “compartilhar” fosse praticado por seus ‘pregadores’. Com certeza o mundo seria bem mais bonito, alegre, igual, justo. Como posso eu, de carro novo, me dar ao direito de jogar boca à fora essas quatro letras juntas se, na estrada, não paro para uma simples carona à um pobre que, do alto da baixa umidade do ar que abate Brasília, aguarda uma atitude Cristã?

Não, não posso. Com certeza, faço parte desta maioria festiva de boteco, ou de suas coberturas de alto luxo, que pregam a necessidade de se compartilhar mas desconhecem a vida daqueles que os servem, suas angústias e necessidades. Praticar o compartilhar é o desenvolvimento sustentável.

Compartihar é o start do mundo para um novo modelo de vida. É se despojar de uma vez por todas do apego ao material. É viver em comunidade – e como estou só –, feliz, sem a preocupação do “ter” mas do “ser”. Não ser maior, mas ser justo, alegre, compadre mesmo. É dar aquele copo de açúcar que necessitam para no finzinho da tarde comer o bolo com café tirado do bule.

Texto piegas, de boteco? Pode ser. Mas eu quero melhorar e, até o fim da minha vida, conseguirei se não praticar o compartilhar em toda sua essência, pelo menos dar o copo de café que meu vizinho necessita.