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quinta-feira, 24 de setembro de 2009

ENQUANTO BRINCAM DE GOVERNAR PAÍSES...


Foto: Greenpeace
ALISTER DOYLER
da Reuters, em Oslo (Noruega)

Cientistas estão surpresos com a extensão do degelo na Antártida e na Groenlândia, mostrou um estudo nesta quarta-feira (23) que pode ajudar a prever o tamanho do aumento do nível do mar associado à mudança climática.

Análises de milhões de imagens a laser de satélites da Nasa (agência espacial norte-americana) revelaram que a maior perda de gelo foi causada pela aceleração do fluxo das geleiras em direção ao mar, de acordo com cientistas do Grupo Britânico de Pesquisas Antárticas (BAS, na sigla em inglês) e da Universidade de Bristol.

"Estamos surpresos em ver um padrão tão forte de diminuição de espessura das placas de gelo por áreas tão grandes da costa --é um fenômeno amplo e em alguns casos se estende por centenas de quilômetros em terra", disse Hamish Pritchard, do BAS, que liderou o estudo.

"Nós acreditamos que as correntes oceânicas aquecidas que atingem a costa e derretem o gelo são a causa mais provável da aceleração do fluxo das geleiras", afirmou em comunicado.

"Esse tipo de derretimento do gelo é tão pouco compreendido que continua sendo a parte mais imprevisível do aumento futuro do nível do mar", acrescentou. O BAS afirma que o estudo deu o "quadro mais amplo" até aqui do derretimento do gelo.

O aumento do nível do mar causado pelo degelo de grandes quantidades de gelo na Antártica e na Groenlândia pode ameaçar ilhas do Pacífico, áreas litorâneas em todo o mundo e cidades como Londres e Buenos Aires.

O secretário-geral da ONU (Organização das Nações Unidas), Ban Ki-moon, disse neste mês que o aquecimento global, provocado principalmente pela queima de combustíveis fósseis, pode aumentar o nível do mar de 0,5 a 2 metros neste século --mais do que a maioria dos especialistas tem antecipado.

Entre as conclusões, o estudo desta quarta-feira mostra que 81 das 111 geleiras com degelo rápido na Groenlândia têm diminuído a uma velocidade duas vezes mais rápida que áreas de degelo mais lento na mesma altitude.

terça-feira, 22 de setembro de 2009

A triste resposta de Carlos Minc


Fonte: O Dia com comentários do Blog

Num debate nada politicamente correto, o ministro do Meio Ambiente respondeu com ironia e mesma falta de tato às declarações do governador do Mato Grosso do Sul, André Puccinelli, de que seria "viado e maconheiro". Tal afirmação foi feita por Puccinelli à empresários e comerciantes, numa reunião na sede de governo sulmatogrossense, com quem debatia sobre o zoneamento agroecológico da cana-de-açucar.

"Ele tem uma visão muito interessante sobre homossexualismo: eu é que sou veado e ele é quem quer me estuprar em praça pública", disse o ministro. Em nota oficial, Minc subiu o tom: "É um truculento ambiental que quer destruir o Pantanal com a plantação de cana-de-açucar. Essa declaração revela o seu caráter".

As repercussões em defesa dos veados obrigaram o governador "truculento" a se desculpar em público pelas infelizes declarações. Segundo ele, tais afirmações não passaram de "brincadeira". Não satisfeito, ainda completou que elas "restringem-se ao ambiente do debate técnico e político".

Se o "debate técnico e político" de Puccinelli acontece neste nível imaginem do que não deve qualificar seus desafetos nas reuniões ditas "privadas". Qualquer tentativa de exercício mental, neste sentido, seria gasto desnecessário de energia, além de incorrer na mesma baixaria do governador e da infeliz resposta de Carlos Minc.

O que realmente interessa à sociedade é saber o compromisso dos governantes, de todas as esferas de Poder, sobre a questão ambiental e de busca por um novo modelo de desenvolvimento para o país. É uma pena que se perca tempo tão precioso com políticas restaqueras que nada colaboram para a redução do aquecimento da Terra.

Minc é "viado e maconheiro", diz governador do MS


Fonte: Campo Grande News com o Blog

Irritadíssimo, o governador André Puccinelli (PMDB) disparou contra o ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, sobre a liberação para o plantio da cana na Bacia do Alto Paraguai (BAP). "É viado e fuma maconha", proclamou à líderes do setor do comércio e da indústria sobre o assunto.

Não satisfeito, o governador partiu para a suruba (sic) pública. Disse que, caso o ministro participe da maratona "Volta das Nações", que acontecerá no Mato Grosso do Sul, vai "estuprar" Minc em praça pública.

"Se ele viesse eu ia correr atrás dele e estuprar em praça pública", declarou no melhor estilo "estupra mas não mata" de Paulo Maluf.

Puccinelli lembrou ainda que Carlos Minc e o ministro Reinhold Stephanes [da Agricultura] divergiram sobre a liberação do plantio de cana na BAP. A “bronca” do governador com o ministro decorre da iniciativa governamental de criar o chamado “selo verde” para a cana, como fez com a madeira amazônica.

Ele acusa Minc de vender o Mato Grosso e o Mato Grosso do Sul para o capital internacional, em troca da certificação do etanol. O governador jura que a plantação de cana em alguns setores na Bacia do Alto Paraguai não prejudica o meio ambiente.

Carlos Minc afirma que nenhum país vai querer comprar álcool produto de devastação da Amazônia e do Pantanal. Por isso, o governo federal está preocupado em vetar o plantio nos dois biomas e garantir o selo verde para o etanol.

Comentário do Blog

Cúpula de Nova York de Meio Ambiente esbarra nas "intenções"


Fonte:Agência France Press
NOVA YORK, EUA — A reunião de cúpula da ONU sobre o meio ambiente permitiu aos líderes do mundo proclamar a necessidade urgente de se atuar contra o aquecimento do planeta, mas houve poucos compromissos concretos.Um número recorde de mais de 100 países participaram da reunião extraordinária organizada em Nova York na véspera da abertura do debate anual da Assembleia-Geral da ONU.

Os países ricos e os emergentes tentam chegar a um acordo sobre o tema crucial do financiamento da redução das emissões de CO2, já que estes consideram que sem ajuda financeira não podem atuar.

O objetivo era obter avanços suficientes às vésperas da cúpula de Copenhague prevista para dezembro na qual se tentará chegar a um acordo que deverá entrar em vigor quando expirar a primeira fase do Protocolo de Kyoto, em janeiro de 2013, para deter de maneira coercitiva o excesso de emissões de gases causadores do efeito estufa.

No entanto, o encontro de Nova York decepcionou a maioria. Nem o presidente chinês Hu Jintao nem seu colega Barack Obama, que estrearam no foro mundial, fizeram propostas capazes de desbloquear as negociações.

O primeiro-ministro sueco Fredri Reinfelt pediu aos participantes que "saiam do beco sem saída". "Estamos a 76 dias da conferência de Copenhague, mas as negociações avançam de forma muito lenta".

À frente da terceira maior economia do mundo, considerada o país que mais polui no mundo, o presidente chinês, Hu Jintao, se comprometeu a reduzir "significativamente" o aumento das emissões de gases poluentes de seu país daqui até 2020, mas sem indicar números precisos.

Já Obama pediu aos países em desenvolvimento que tomem medidas para reduzir suas emissões, embora tenha admitido que são medidas difíceis de serem adotadas após a crise financeira.

"Todos nós enfrentamos dilemas e dificuldades em nossas próprias capitais quando buscamos uma solução duradoura para o desafio climático", disse Obama.

Durante o governo de Obama, a Câmara de Representantes dos Estados Unidos adotou este ano pela primeira vez um projeto de lei destinado a reduzir as emissões dos Estados Unidos, mas o texto foi bloqueado no Senado.

O primeiro-ministro japonês Yukio Hatoyama, que também participa do foro mundial pela primeira vez, foi um dos poucos a fazer promessas concretas.

Hatoyama disse que a segunda economia mundial reduzirá em 25% suas emissões para 2020em relação ao nível de 1990.

"Um fracasso sobre um acordo amplo em Copenhague será moralmente indesculpável, economicamente míope e politicamente irresponsável", advertiu o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon.

O presidente boliviano Evo Morales acusou o capitalismo de ser a raiz profunda do problema e disse que em Copenhague exigirá que os países ricos paguem a "dívida climática".

"O aquecimento global não é uma causa, e sim um efeito, é um resultado do sistema capitalista, que persegue o maior ganho possível, sem levar em conta a vida dos demais", disse Morales.

O presidente do pequeno arquipélago de Maldivas, no Oceano Índico, Mohamed Nasheed, fez um apelo dramático aos líderes mundiais.

As ilhas estão ameaçadas de ficar submersas se o aquecimento do planeta provocar um aumento do nível do mar e Nasheed lamentou que os dirigentes se abstenham mais uma vez de tomar medidas concretas.

"Quando a retórica acabar e os delegados se retirarem, a simpatia se desvanecerá junto com a indignação e o mundo continuará igual a antes", disse Nasheed. "Alguns meses depois, voltaremos ao mesmo", lamentou.

Já o ex-vice-presidente americano e Prêmio Nobel da Paz, Al Gore, não se mostrou tão pessimista e afirmou que acha positivas as promessas de ações chinesa e japonesa contra o aquecimento do planeta.

"A China mostra um espírito de iniciativa impressionante para lutar contra o aquecimento climático", declarou Al Gore à imprensa, em um foro realizado à margem da cúpula.

Os objetivos de redução, antes de 2020, do aumento das emissões de CO2 da China vinculado a seu crescimento econômico apresentados pelo presidente Hu Jintao "não são insignificantes", estimou Gore.

Ao citar, além disso, os investimentos importantes feitos pela China em termos de energia eólica e solar, Al Gore afirmou que todos esses esforços são importantes.

"E dispomos de todas as indicações que mostram que, em caso de progressos importantes nas negociações (de Copenhague), a China estará pronta para fazer inclusive mais".

Al Gore felicitou igualmente o novo primeiro-ministro japonês e o compromisso de seu país de reduzir as emissões de gás de efeito estufa, além de anunciar um aumento das ajudas aos países pobres na luta contra o aquecimento global.

sábado, 12 de setembro de 2009

MEIO AMBIENTE - Mato Grosso: O devastador do Cerrado


Luana Lourenço
Da Agência Brasil

Mato Grosso é o estado com maior número de municípios na lista dos que mais desmataram o Cerrado entre 2002 e 2008, divulgada hoje (10) pelo Ministério do Meio Ambiente. Dos 60 municípios que, juntos, foram responsáveis por um terço da devastação no período, 14 são matogrossenses.

O desmatamento no bioma já atingiu 48,2% da cobertura original – quase um milhão de quilômetros quadrados. A média é de 1% de vegetação nativa a menos por ano.

Apesar da maioria matogrossense, quatro municípios baianos lideram a lista: Formosa de Rio Preto, São Desidério, Jaborandi e Correntina, na região oeste do estado. “É um dos arcos do desmatamento no Cerrado”, apontou o ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc. A região central de Mato Grosso também é considerada crítica, com base nos dados de 2002 e 2008.

Em todo o bioma, a expansão das lavouras de cana-de-açúcar, da soja, da pecuária, da produção de carvão e as queimadas (naturais ou provocadas) são os principais vetores de desmatamento.

Os municípios listados pelo ministério serão alvo de ações prioritárias do governo, como já acontece nas cidades que mais desmataram na Amazônia Legal. Entre as medidas, que integram o Plano de Ação para Prevenção e Controle do Desmatamento do Cerrado (PPCerrado), lançado hoje (10), estão a previsão de aumento das operações de fiscalização e controle e a oferta de alternativas econômicas para as pessoas que se beneficiam do desmate ilegal.

“O peso das medidas econômicas vai ser muito maior [que o da repressão]. O 'direito de derrubar' é muito maior que na Amazônia [onde a reserva legal é menor]”, comentou Minc.

Além de frear o desmate, o governo quer aumentar o percentual de áreas de preservação no Cerrado. Atualmente, a soma de unidades de conservação federais e estaduais corresponde a 7,5% da área total do bioma. A meta, assumida inclusive internacionalmente no âmbito da Convenção da Diversidade Biológica, é chegar a 10%.

sábado, 5 de setembro de 2009

MEIO AMBIENTE - DIA DA AMAZÔNIA

COM UM POUCO DE ATRASO MAS AÍ ESTÁ:

O Greenpeace completa dez anos de operação na Amazônia. Desde 1999, a organização trabalha para investigar e denunciar as ameaças à floresta e confrontar os principais responsáveis pelos crimes que já destruíram 17% do bioma.

Quem sobrevoa as áreas intocadas vê a grandeza da floresta, um imenso tapete com variados tons de verde, cortados por serpentes de água barrentas ou negras. Do chão, a sensação é igualmente poderosa: apesar da aparente imobilidade da paisagem, estima-se que este mundo abrigue mais da metade das espécies terrestres conhecidas no planeta.

Só de árvores são 5 mil espécies (um único hectare chega a ter mais de 300), 60 mil de plantas, além de milhões de espécies de insetos, mais de 300 de mamíferos (62 só de primatas), 1 mil de pássaros e 3 mil de peixes.

RIQUEZA
A Amazônia abriga também uma diversidade cultural. São cerca de 23 milhões de pessoas, incluindo 220 mil indígenas de 180 etnias distintas e comunidades tradicionais como ribeirinhos, extrativistas e quilombolas. A floresta é fundamental para a sobrevivência desses povos, fornecendo alimentação, moradia, utensílios e medicamentos, além de desempenhar papel importante em sua vida espiritual.

A importância da Amazônia vai além: desempenha papel fundamental no equilíbrio climático global e do ciclo hidrológico regional e é base para a estabilidade ambiental do planeta. A Amazônia é um regulador atmosférico e orienta o regime de chuvas em toda a América do Sul. Sua imensa cobertura vegetal também funciona como um gigantesco estoque de carbono que, quando liberado na atmosfera, agrava os impactos das mudanças climáticas.

CONSERVAÇÃO
Para proteger tamanha riqueza, pouco mais de 40% do bioma têm, atualmente, algum tipo de proteção legal (unidades de conservação federais e estaduais, terras indígenas e áreas militares) – embora a implementação dessas áreas ainda esteja longe de ser uma realidade.

Todos os anos, uma grande área de floresta é desmatada e queimada. O desmatamento da Amazônia, que desde a chegada dos portugueses até 1970 era de pouco mais de 1% da cobertura florestal total, saltou para 17% – uma área 16 vezes maior do que o Rio de Janeiro, destruída em apenas 40 anos.

Além de impactos profundos na biodiversidade e no modo de vida dos povos da floresta, o desmatamento e alterações no uso do solo colocam o Brasil na incômoda posição de quarto maior emissor mundial de gases do efeito estufa.

PRESENÇA
Em 1999, quando o Greenpeace abriu o escritório em Manaus, sabia-se que muitos crimes eram cometidos na região, não havia informações sobre os responsáveis. E o Greenpeace começou a investigar.

Muitas expedições, investigações de campo, relatórios, ações diretas e ameaças de morte depois, ampliamos a campanha. Hoje, travamos uma batalha para parar o desmatamento promovido pela expansão da fronteira agropecuária em direção à floresta.

É necessário garantir o desenvolvimento econômico dessa região, mas ele não pode ser feito à custa da destruição da floresta. Entre 2004 e 2006, houve queda expressiva nos índices anuais de desmatamento na Amazônia e o Brasil não parou de crescer. É preciso buscar um novo modelo econômico para a região que tenha, em sua essência, o meio ambiente e as pessoas.

Ao zerar o desmatamento, o Brasil estará fazendo sua parte para diminuir o ritmo do aquecimento global r assegurar a proteção da biodiversidade e o uso responsável deste patrimônio dos brasileiros, sem segurar a geração de emprego e renda que trará qualidade de vida para a população local.