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quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

NO VERÃO TAMBÉM EXISTE AMBIENTALISMO


Foto: Google

Se ainda existir algum ser pensante que no verão, de férias, se preocupe em acessar a internet e em especial este blog é porque a coisa está séria. Enfim, aos compartilhadores e compartilhadoras que por aqui passarem vamos à algumas considerações sobre verão e ambientalismo.

A praia, o campo e até viagens para grandes metrópoles nas férias são necessárias e fundamentais para o descanso do corpo e da mente, o que pode ser enquadrado como ecologia mental. Namorar, beijar na boca, apaixonar e desapaixonar, simplismente curtir, dançar e aproveitar a companhia dos amigos - velhos e novos -, suar muito por esporte ou apenas sexo, é tudo de bom.

Entretanto, esteja atento para as posturas de uma pessoa que se preocupa com a sua saúde física e a do planeta - que estão diretamente ligadas - que podem fazer toda a diferença. É neste sentido que decidi reforçar algumas dicas:

1) Partilhar é muito legal, mas o lixo que você gera (palitinhos de picolé, copos descartáveis - irc!! -, camisinhas e outras 'cositas más') é de sua inteira responsabilidade. Portanto, tudo isso na lata de lixo.

2) Se puder e quiser faça muito esporte, os que você já domina e aproveite para conhecer e experimentar outros. Os radicais são fantásticos. Tomar caldos em uma prancha de surf também pode ser legal.

3) Filtro solar, jamais se esqueça do seu filtro solar. Neste caso, é permitido filar o do amigo.

4) Abuse dos passeios a pé ou de bicicleta, seja na praia ou na cidade. Quando caminhamos ou pedalamos a vida passa mais devagar e se pode apreciar belezas do local que de dentro de um carro tornam-se inviáveis. Bote para fora todas as suas toxinas.

5) Água de côco, santa água de côco. Cerveja combina com verão, mas a água de côco dá um barato bem diferente. Parece que refresca o corpo e a alma.

6) Se for capaz - olha a propaganda contra - evite computador, twitar e toda essas parafernalhas tecnológicas que tanto nos escravizam. Como não estou de férias posso me dedicar ao meu computador mas você, fuja deles pôrra!!!!!!

É galera, vou ficar só nesses seis porque já está me dando um pouquinho de saudade da praia e de férias. O importante é que você que está bundeando por aí aproveite ao máximo. Por enquanto é só pessoal.

MEIO AMBIENTE SEGUNDO O DALAI LAMA


Ensinamentos: Pensando Globalmente - Uma Tarefa Universal
Foto: Google

As previsões científicas para alterações ambientais são difíceis de serem inteiramente compreendidas por seres humanos comuns. Ouvimos falar de aquecimento global e elevação dos níveis dos oceanos, aumento dos índices de câncer, explosão demográfica, devastação de recursos, e extinção de espécies. Por toda parte, a atividade humana está acelerando a destruição de elementos-chave de ecossistemas naturais dos quais todos os seres viventes dependem.

Estes desenvolvimentos ameaçadores são individualmente drásticos e coletivamente surpreendentes. A população mundial triplicou apenas neste século e espera-se que ela dobre ou triplique no próximo século. A economia global pode crescer um fator de cinco ou dez vezes, inclusive com índices extremos de consumo de energia, produção de gás carbônico, e desflorestamento. É difícil imaginar todas estas coisas realmente acontecendo durante a nossa vida e as vidas de nossos filhos. Precisamos considerar este panorama de sofrimento e degradação ambiental global sem par na história humana.

No entanto, penso que há boas notícias e que agora definitivamente teremos de encontrar novas formas de sobrevivermos juntos neste planeta. Já vimos neste século guerras, pobreza, poluição e sofrimentos suficientes. Segundo os ensinamentos budistas, tais coisas acontecem como resultado da ignorância e de atos egoístas, porque freqüentemente deixamos de ver a relação comum essencial entre todos os seres. A terra está nos enviando avisos e indicações claras dos vastos efeitos e potencial negativo do comportamento humano mal direcionado.

Para neutralizar estas práticas prejudiciais podemos aprender a ser mais conscientes de nossa dependência mútua. Todo ser senciente quer a felicidade em vez de dor. Então, compartilhamos o mesmo sentimento básico. Podemos desenvolver a ação correta para ajudar a terra e uns aos outros baseados em uma motivação melhor. Portanto, sempre falo da importância de desenvolver um senso genuíno de responsabilidade universal. Quando somos motivados por sabedoria e compaixão, os resultados de nossas ações beneficiam a todos e não a nós mesmos ou a alguma conveniência imediata. Quando conseguirmos reconhecer e perdoar atos ignorantes do passado, ganhamos força para solucionar os problemas do presente de forma construtiva.

Devemos estender esta atitude para sermos preocupados com todo o nosso meio ambiente. Como princípio básico, penso que é melhor ajudar se puder, e se não puder, pelo menos tentar não prejudicar. Esta é uma orientação especialmente adequada quando houver ainda muito a compreender sobre as inter-relações complexas dos diversos e únicos ecossistemas.

Precisamos saber cuidar, nós mesmos, de toda a Terra e da vida sobre ela, e também de todas as gerações futuras. Isto significa que a educação do meio ambiente é de grande importância para todos. O aprendizado científico e o progresso tecnológico são essenciais para melhorar a qualidade de vida no mundo moderno. Ainda mais importante é a prática simples de conhecer e melhor apreciar os nossos arredores naturais, e a nós mesmos, quer sejamos crianças ou adultos. Se tivermos um apreço verdadeiro pelos outros e resistirmos agir movido por ignorância, estaremos cuidando da Terra.

No sentido maior, educação ambiental significa aprender a manter um modo de vida equilibrado. Todas as religiões concordam que não podemos encontrar satisfação interna duradoura baseada em desejos egoístas e aquisição do conforto de coisas materiais. Mesmo se pudéssemos, agora há tanta gente que a terra não nos sustentaria por muito tempo. Penso que é muito melhor praticar apreciar uma simples paz de espírito.Podemos compartilhar a terra e juntos cuidarmos dela, em vez de tentarmos possuí-la e, no processo, destruir a beleza da vida.

As culturas antigas que se adaptaram aos seus meio ambientes naturais podem oferecer uma visão especial sobre a estruturação de sociedades humanas para que existam em equilíbrio com o meio ambiente. Por exemplo, os tibetanos estão singularmente familiarizados com a vida no Planalto do Himalaia. Isto evoluiu para uma longa história de uma civilização que cuidou de não sobrecarregar e destruir o seu frágil ecossistema. Os tibetanos há muito apreciam a presença de animais selvagens como símbolos da liberdade. Uma profunda reverência pela natureza está aparente em grande parte das artes e cerimônias tibetanas. O desenvolvimento espiritual prosperou apesar do limitado progresso material. Assim como as espécies podem não se adaptar a alterações ambientais relativamente repentinas, as culturas humanas também precisam ser tratadas com cuidado especial para garantir a sobrevivência. Portanto, aprender o modo de vida dos povos e preservar suas heranças culturais é também uma parte do aprendizado de cuidar do meio ambiente.

Eu sempre tento expressar o valor de ter um bom coração. Este simples aspecto da natureza humana pode ser alimentado e alcançar uma grande força. Com um bom coração e sabedoria, você tem a motivação correta e automaticamente fará o que for preciso. Se as pessoas começarem a agir com uma autêntica compaixão por todos, ainda podemos proteger uns aos outros e o meio ambiente natural. Isto é muito mais fácil do que ter que adaptar às condições ambientais severas e incompreensíveis que são projetadas para o futuro.

Agora, olhando de perto, a mente humana, o coração humano, e o meio ambiente estão inseparavelmente interligados. Neste sentido, a educação ambiental ajuda a gerar a compreensão e o amor que precisamos para criar a melhor oportunidade jamais vista para a paz e coexistência duradoura.

(Transcrita do Boletim EPA: Uma Revista sobre Perspectivas Nacionais e Globais do Meio Ambiente, publicada pela Agência de Proteção Ambiental dos Estados Unidos, Washington DC, Setembro/Outubro de 1991, vol. 17, Número 4. Traduzido por Marly Ferreira.)

NOTA DO BLOG: Este e vários outros textos do Lama podem ser encontrados na página - http://www.dalailama.org.br/ensinamentos/ onde estão uma série de pensamentos sobre diversos temas, entre eles o meio ambiente.